quinta-feira, 2 de junho de 2016

Cerimônia Pai-Si ou Bai-Si Reverência ao Mestre


Trata-se de uma das cerimônias mais significativas no Kung fu tradicional, uma vez que, ela ocorre por ocasião da aceitação formal de um discípulo pelo mestre.
Podemos traduzir como reverencia ao Shi fu (師父), indicando uma forma de prestar respeitos ao mesmo, enquanto ele o acolhe em sua família perante aos seus membros e a sociedade marcial.
Embora sofra algumas variações de uma família para outra, o principio tradicional, bem como, os importantes tópicos que a envolvem, são mantidos a gerações. Em dado momento do cerimonial do pai shi o futuro discípulo fica ajoelhado a frente do Mestre, e fará nove reverencias e ditará os preceitos que envolve sua família e seu comprometimento para com seu Shifu.
As tradições na feitura do Pai Si podem ser diferentes nas famílias kung fu, todavia, seu significado é o mesmo e a importância para ambas as partes também.
As reverencias são iniciadas entre o céu, o homem e a terra, incensos são dedicados a esta trindade, como meio de ligação entre elas, frutas e carne são ofertadas, sendo que deve se ter na cerimônia um frango inteiro assado, significando a totalidade do relacionamento.
Frutas também são servidas, devendo estar presente as doces e azedas, pois mostra a relação Yin e Yang em que ambos passarão juntos, mostrando que um relacionamento sempre tem pontos positivos e negativos, porem, devem estar juntos até o fim. Muitos podem dizer alunos de determinados Mestres, poucos podem se dizer discípulos.
Esta cerimônia tem além de tudo um cunho espiritual e como tal, a união se da pelo espírito dos envolvidos e segundo a tradição chinesa se perpetua no eterno.
Nesta cerimônia sempre haverá uma testemunha juntamente com o Mestre e o discípulo e geralmente esta testemunha também é Mestre em Kung Fu.


Apos as reverencias, e dividir a ceia com seu Mestre, e entregar-lhe o envelope de Hung Bao, o Shi fu passa-lhe as mãos um envelope com o seu nome de família Kung fu, e algumas vezes o seu carimbo. Agora ele é um discípulo formal, inicia-se então as regalias e as atribuições que envolvem o discipulado, uma vez que, agora esse discípulo é responsável pelo desenvolvimento e perpetuação do estilo que a família que ele agora toma parte, domina.
Reza a tradição que Ip Man ao fazer a cerimônia com seus discípulos, era ele quem entregava o envelope (Hung Bao), e uma vez indagado sobre esta suposta inversão, ele justificou que tinha feito assim com seu Mestre, uma vez que representava que aquele pai estava a dar um “ dinheirinho” para seu novo filho fazer uso.
Desta forma, no sistema Applied Wing Chun mantem-se este mesmo ato, da forma com que Chan Wah Shun fez com Ip Man, Ip Man fez com Duncan Leung, que por sua vez fez com Li Hon Ki e este ultimo com Hudson Willian no ano de 2010.
Sendo discípulo você toma parte da família, e assim sendo, está sujeito as suas diretrizes e preceitos, devendo respeito e obediência ao líder dela, o seu Shi fu. Não existem ramificações entre discípulos, pois, só existe um Shi fu. Existem sim, possíveis rupturas entre ambos, e isso acontecendo, não há mais a existência do vinculo familiar, e deixa de manter o nome dado por ocasião do pai shi.
Quando se tem um Pai si, discípulo e Mestre andam lado a lado, se um cair o outro cai também, certo ou errado ambos estão juntos, a cumplicidade, fidelidade, honra e dedicação deve ser sem limites.
Na China antiga, a tradição elencava a seguinte relação de respeito: 1º os deuses, 2º seu País, 3º seu Shifu, depois seu pai e sua mãe.
Via de regra, o Mestre sentindo o profundo respeito e demais virtudes compatíveis com o discipulado, este convida o aluno a tornar-se discípulo, pois esta escolha deve ser bem certificada, uma vez que o discípulo entrara no mais profundo da estrutura familiar.
Resumidamente um discípulo deve estar disposto a sacrificar-se por seu Mestre e isso acaba sendo cada vez mais raro.
Todo discípulo passou pelo pai shi, pois, é esse cerimonial tradicional que o certifica, e com isso mantém viva a tradição familiar do Kung fu. Acima e antes de qualquer coisa, para existir vinculo é preciso haver proximidade, para existir proximidade é preciso haver sensibilidade e respeito, por isso poucos alunos recebem este diferencial a tornar-se discípulos.(Trechos do texto extraído da internet)

Sifu Moacyr Rother Neto, Wing Chun Family Rother

Ensinamentos a Portas Fechadas

Por: Marco Seschi

Caso acompanhe a algum tempo meus textos,  já deve ter percebido que algumas facetas culturais chinesas são extremamente multifacetadas. Isto se deve a uma não uniformidade com que as diversas famílias que mantiveram vivas as tradições das artes marciais até os dias atuais. O termo “Portas Fechadas” é outro que possui diversas camadas de significado de acordo com a linhagem a qual é imprimida. Enquanto para algumas é uma questão de importância máxima, em outras recai sobre a insignificância.
A interpretação mais comum de aluno a “Portas Fechadas” é a de um professor que ensina todo o sistema, com todos os chamados segredos, para um ou poucos discípulos escolhidos a dedo. São estes os que irão perpetuar sua linhagem para as próximas gerações, imprimindo a tradição marcial por anos a fio. Embora seja tentadora, a noção de que este seja um comportamento comum e generalizado entre as famílias é errônea. Talvez com o advento no final do século 19 ou começo do 20 de contos cavalheirescos, a famosa Wuxia, tomou-se esta ideia de que todos os professores mantinham determinados pontos em segredo dos “alunos comuns”, realizando a transmissão completa apenas para poucos merecedores.

Muitos professores efetivamente seguem este modelo, talvez por ser algo perpetuado por gerações ou pelo simples fato de que adotaram um costume que acreditavam ser o correto. O fato é que a tradição se manteve e poucos são os que possuem acesso ao sistema completo. Interessante notar que esta é a maneira mais fácil de causar a extinção de uma arte marcial, porém deixemos este assunto para outro momento.
Outro costume comum, principalmente no sul da China, é utiliza o termo “Portas Fechadas” para alunos que adentram a família marcial após o professor ter se aposentado do ensino público de artes marciais. O que significa basicamente que é aceito em uma família de maneira exclusiva. Talvez esta interpretação tenha se tornado comum após a criação da Jing Wu e das escolas comerciais como conhecemos hoje. Uma variação pode ter existido com professores que lecionavam em ambientes abertos ou eram contratados privativamente. Porém como as tradições estão sempre em constante mutação, impossível saber exatamente como era tratado nos dias antigos. Temos que confiar em relatos que na grande maioria das vezes, por ser puramente de tradição oral, possuem muitas distorções sobre seu conteúdo original.
As últimas maneiras na qual um aluno é conhecido desta forma é através do segredo perante a comunidade ou a própria família. Esta razão possui uma conotação social muito forte, pois basicamente se refere a esconder de alguma esfera da sua sociedade o ensino para determinado indivíduo ou grupo. As razões podem ser inúmeras, desde a não aprovação da família marcial, algum tipo de limitação local sobre as artes marciais ou até algo mais grave. Não vou entrar no mérito da gravidade com que ocorreu, mas a Revolução Cultural Chinesa (1958-1960) foi um dos grandes motivos por esta prática se perpetuar. Não é incomum ouvir relatos de professores obrigados a ensinar na escuridão da noite para que não fossem descobertos pelo governo. Porém seja qual for a razão, o fato é que esta é uma prática ainda em voga atualmente.

No final, não existe uma definição simples do que é ser um aluno a “Portas Fechadas”. A grande variação cultural chinesa acaba por fornecer diversos cenários em que essa expressão pode ser aplicada. Alguns em maior ou menor intensidade, porém todos reais e sendo praticados em nossos tempos. Quando souber de alguma versão diferente da que conhece ou a mais comum, aproveite para descobrir um pouco mais sobre a cultura, história e costumes chineses. Além de se maravilhar com as possibilidades que isso abre dentro de sua família marcial e prática individual.

Sifu Moacyr Rother Neto, Wing Chun Family Rother

A Montanha





A Montanha Wudang é considerada a primeira montanha abaixo do céu, é um dos locais mais honrados e sagrados, suas encostas são adornadas por palácios espetaculares, templos, pavilhões e pontes. Cada construção foi projetada para combinar com a paisagem. E fluir harmoniozamente com as energias da natureza. Diz-se que a arquitetura é a combinação das forças do imperador e de Deus. No topo da montanha encontra-se a morada do Deus Taoísta Zheng Wu, o qual nascido príncipe, treinou artes marciais e estudou o taoísmo no Monte Wudang, acredita-se que o mesmo alcançou sua imortalidade nestes morros. Sua jornada para se tornar à iluminação foi longa e difícil. As pessoas dizem que o segredo para o sucesso esteve em uma mudança misteriosa de vida que hoje é uma lenda famosa e que existem várias versões abaixo está uma delas:



Após 4 anos de treino no Monte Wudang ele se cansou e desistiu, na descida do monte Wudang ele conheceu a deusa Guan Yin que estava disfarçada de uma senhora idosa, ela estava afiando uma vara de ferro. O princípe Zheng Wu ficou curioso e foi até ela perguntar: “O que você está fazendo com esta vara de ferro?”, ela respondeu: “Estou fazendo uma agulha de costura.”. O príncipe ficou impressionado: “Como seria possível uma vara tão grande virar uma agulha?” e Guan Yin respondeu: “Se uma vara pode virar uma agulha, então qualquer coisa é possível”. Zheng Wu percebeu a sabedoria daquelas palavras, se ela continuasse a afiar aquela vara, esta podia realmente, um dia, virar uma agulha. Era tudo uma questão de tempo e perseverança. Inspirado o príncipe Zheng Wu voltou para a montanha e retomou o treino determinado a atingir o objetivo. Após anos veio a tornar-se um Deus chamado: “O guerreiro perfeito”. A lenda diz que como mortal, sua alma desapareceu na floresta como uma esfera de luz, para os taoístas, este é o final perfeito, unir-se a natureza para o espírito se eternizar na natureza ao redor. Na tranquilidade da Montanha Wudang dizem: “Ouve-se os segredos do príncipe, sussurando pelo vento.”



O Monte Wudang, foi declarada patrimônio histórico mundial em 1994 pela UNESCO, em função de seu grande número de palácios e templos. Ela é considerada a montanha com a maior quantidade de palácios antigos da ásia. Eles são os símbolos dos avanços arquitectónicos e artísticos das dinastias Yuan, Ming e Qing, assim como do apogeu da arte chinesa. Os templos e palácios estão espalhado por mais de 260km², e está localizada na úmida província de Hubei. Ao todo a montanha abriga 8 palácios, 72 templos em cavernas, 39 pontes, 36 conventos, 12 pavilhões e 2 templos.
O ponto principal é o Pico TianZhu (天柱峰) o qual está a 1612 metros do nível do mar e é considerada a pilastra que suporta o céu. Lá encontra-se um templo maravilhoso que está acima das nuvens, 

Fonte: Instituto Feng Huang
Sifu Moacyr Rother Neto, Wing Chun Family Rother

Placa Votiva Shao Lin







A Placa Votiva Shao Lin é um símbolo utilizado nas academias desse estilo de kung fu para lembrar a todos os alunos dos princípios mais importantes.

Geralmente na cor vermelha e disposta próxima às fotos dos mestres falecidos e com pequenos altares logo abaixo, ela possui uma forte presença confucionista - prega a retidão moral, o respeito à hierarquia e aos ritos - e recorda ancestrais importantes de caráter divino.


Segundo o mestre acupunturista Pan Yi Bo - autor da tradução - a escrita é arcaica e disposta de uma maneira clássica, uma maneira mais simbólica do que uma escrita comum.


Keith Stevens fez as seguintes observações:

Placas são frequentemente encontradas nos altares chineses. Fabricadas em madeira, apresentam muitas variações locais e estilos diversos. Elas também possuem um número significativo de papéis e funções. Os chineses geralmente acreditam que toda pessoa possui três almas. Quando uma pessoa morre, sua primeira alma é enterrada com o corpo, a segunda é conduzida à sua placa ancestral e a terceira é enviada para o Submundo, para julgamento e eventual renascimento. As placas normalmente mais encontradas, portanto, são as ligadas à ancestralidade. Cada placa representa o repositório para o espírito de uma pessoa ou de marido e mulher. Elas geralmente são mantidas em casa, onde são reverenciadas pelos descendentes [da pessoa falecida]. Alternativamente, podem ser encontradas em salões especiais nos templos budistas. Os benefícios obtidos com as preces ditas pelos monges auxiliam os espíritos dos mortos no Além; ao mesmo tempo, desobrigam as famílias do oferecimento regular de incenso aos espíritos que habitam nas placas. Há, também, placas ancestrais dedicadas a uma geração inteira dentro de um clã. Elas são mantidas com placas de outras gerações no altar principal do templo do clã. Outras placas nos altares representarão uma divindade (ou grupo de divindades). Estas são geralmente vistas apenas em templos rurais, onde o custo do entalhe de uma imagem é muito alto para a comunidade. Entretanto, várias podem ser vistas em altares de templos mais ricos, ficando aos pés da divindade principal e funcionando como representações adicionais. Finalmente, há placas muito superiores [em qualidade] - raramente vistas hoje em dia - dedicadas ao imperador da época em que foram produzidas. O título imperial não estava na placa; ela simplesmente lhe desejaria vida longa. Essas placas costumavam ser obrigatórias em todos os principais templos taoístas e budistas. Elas ficavam na extremidade do altar principal. Através das placas, os oficiais locais saudavam o imperador em seu aniversário e no Ano Novo Lunar



Definições:

(1) – Título – Os ideogramas iniciais da placa do Shaolin do Norte (leitura da esquerda para a direita) possuem um direcionamento confucionista. Segundo o médico acupunturista Pan Yi Bo (tradutor), os ideogramas podem ser traduzidos por algo como “Mestre Exemplar, Modelo Eterno”, título tradicionalmente atribuído a Confúcio.

(2) – Código Ético 1 - Nessa coluna (leitura de cima para baixo), segundo o tradutor, está delineado o papel do verdadeiro mestre de uma arte marcial. Literalmente, os ideogramas poderiam ser traduzidos por algo como “Ensinamento de Cultura, Filosofia e Artes Marciais – para Servir o Mundo”. Novamente, a presença é confucionista, ligada, aparentemente, aos valores fundamentais de Reverência Fraternal (Ti), Propriedade (Li), Honradez (I) e Integridade.

(3) – Código Ético 2 – Nessa coluna (leitura de cima para baixo), segundo o tradutor, está uma afirmação da qualidade da arte ensinada. Os ideogramas podem ser traduzidos por algo como “Conhecimento correto, forma, maneira, técnica, princípios – arte marcial ministrada é original e correta.” Aqui, os elementos se ligam, em um primeiro momento, à afirmação da qualidade do mestre; a “tradução confucionista” se dá pela associação com os princípios de Lealdade (Hsin) – para com os alunos, Propriedade (Li) – dos conhecimentos, Honradez (I) – na afirmação chancelada, por escrito, dos conteúdos que o mestre domina, e Integridade (Lien) – na correção e originalidade dos ensinamentos.

(4) – “Oferecer” - Aqui, mais uma vez, está presente um elemento confucionista. “Oferecer”, sem dúvida, remete ao mandamento confucionista de “Servir o Mundo”.

(5) – “Servir” – A palavra é a própria essência do Confucionismo, na razão em que remete à virtude e ao desprendimento como qualidades fundamentais ao ser humano correto.

(6) – “Zhou Tong” –. A primeira referência encontrada relaciona Zhou Tong (o “Pequeno Rei”) a Yue Fei. Ele teria ensinado ao general de Song as técnicas de um estilo de Kung-Fu chamado Chuojiao (Shuai Jiao). A segunda referência é literária: Zhou Tong é um dos personagens da novela clássica “Os Fora-da-Lei do Pântano” (também conhecida como “Crônicas da Margem das Águas”), escrita entre 1290 e 1400 por Shi Nai’na e Luo Guanzhong. A novela se refere a fatos reais ocorridos no período de vida de Yue Fei.

(7) – “Zu Lai Tzu” – De todos os componentes da placa, este foi o de tradução mais incerta. Em princípio, Zu Lai é um termo budista chinês oriundo da transliteração do termo indiano Vairocana, “aquele que vem com o sol”. No Budismo Mahayana, Zu Lai (Vairocana) seria a contraparte cósmica de Sakyamuni. O mais intrigante, em relação ao termo, é a terminação Tzu, que, em princípio, poderia ser traduzida como “Venerável” ou “Sábio”. Provavelmente essa terminação possa não ser aplicada à divindade, uma vez que, normalmente, designa seres humanos. Além disso, há que se considerar o contexto da placa: em um elemento iconográfico quase que exclusivamente confucionista, a presença de uma figura budista altamente esotérica parece incongruente.

(8) – “Zhang Xian” – Genro de Yue Fei, se manteve leal a ele. Acabou preso, executado e sepultado junto com o sogro e com o cunhado, Yue Yun.

(9) – “Yue Yun” – A referência, nesses ideogramas, é a um indivíduo, mais propriamente a Yue Yun, filho mais velho de Yue Fei. Yue Yun viveu na passagem entre o período das chamadas “Cinco Dinastias e Dez Reinos” e a Dinastia Song. As cinco dinastias foram Liang Posterior, Tang Posterior, Jin Posterior, Han Posterior e Zhou Posterior; os dez reinos foram Wu, Shu Inicial, Wu Yue, Min, Tang do Sul, Chu, Han do Sul, Nan Ping, Shu Tardio  e Han do. A época, que sucedeu à Dinastia Tang, e antecedeu à Dinastia Song, foi de violentos confrontos pelo poder. Por volta de 1130, as tropas da Casa de Song, lideradas pelo general Yue Fei, haviam imposto sérias derrotas ao reino de Jin e estavam prestes a dominar a cidade de Kaifeng. Por instigação de um traidor chamado Qin Hui, o imperador Gao Zong foi convencido de que deveria abandonar o combate e adotar uma estratégia de paz e alianças. Por conta disso, Yue Yun, Yue Fei e Zhang Xian foram chamados a Nanjing, onde acabaram presos. Foram executados em 1141.

(10) – “Genealogia Shaolin” – A finalidade do texto central da placa do Shaolin do Norte é indicar a origem do estilo praticado. Tanto, que os dois primeiros ideogramas (leitura de cima para baixo) são Sao e Lin (Shaolin). A coluna ainda relaciona os nomes de Ta Mo (Bodhidharma) como fundador da arte marcial e, também, o de Yue Fei/Yue Wei.

(11) – “Sao Lin” (Shaolin) – “Bosque [do Pico] Shao ”, nome do mosteiro construído por volta de 495 na cadeia de montanhas Song (Songshan), em Henan.

(12) – “Fundador” – Os dois ideogramas identificam Ta Mo como fundador da marcialidade em Shaolin.

(13) – “Ta Mo (Bodhidharma)” – Considerado o patriarca do Zen Budismo, Bodhidharma teria chegado à China no início do século VI. Ele teria vivido no mosteiro de Shaolin por sete anos, entre 520 e 527. Segundo a tradição das artes marciais, ele teria ensinado aos monges uma série de técnicas respiratórias que estariam na base do estilo de luta originário do templo.

(14) – “Yue Fei/Yue Wan” – Como observado no item 9, Yue Fei foi um general da Dinastia Song. Ainda sobre este personagem, vale observar que ele foi alçado à condição de divindade pela religiosidade popular. Herói nacional, passou a ser reverenciado como padroeiro dos exércitos e, no norte da China durante a primeira metade do século XX, como “Deus da Guerra”. Em tempos recentes passou, também, a ser a divindade tutelar de mercadores e lojistas (em Beijing, ainda hoje os lojistas chacoalham seus ábacos pela manhã para homenagear Yue Fei).

 Fonte: Câmara Shao Lin
Sifu Moacyr Rother Neto, Wing Chun Family Rother