quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

Ayrton Senna tricampeão mundial de Fórmula 1 também praticou Judô e Jiu-Jitsu

 Ayrton Senna tricampeão mundial de Fórmula 1 também praticou Judô e Jiu-Jitsu com o GM Ryuzo Ogawa, da Hombu Dojô Budokan, mestre Ryuzo foi um dos precursores do Judô e Jiu-jitsu (Ju-jutsu japonês) no Brasil, em especial na cidade de São Paulo nas décadas de 50, 60, em diante. Meu pai (meu primeiro mestre) Moacyr Rother Filho teve a honra de treinar com o mestre Ogawa na mesma época do grande Ayrton Senna da Silva, praticando e competindo juntos em alguns momentos.


Sem dúvida alguma a importância do GM Ryuzo Ogawa foi de suma importância para o Judô e Jiu-jitsu brasileiro.


Ayrton Senna da Silva e Moacyr Rother Filho


Grande Mestre Ryuzo Ogawa


Torneio da Ogawa Hombu Dojô Budokan - 1954

Ryuzo Ogawa, sentado acima ao centro, abaixo dele, seu primeiro aluno






domingo, 30 de julho de 2017

quinta-feira, 2 de junho de 2016

Cerimônia Pai-Si ou Bai-Si Reverência ao Mestre


Trata-se de uma das cerimônias mais significativas no Kung fu tradicional, uma vez que, ela ocorre por ocasião da aceitação formal de um discípulo pelo mestre.
Podemos traduzir como reverencia ao Shi fu (師父), indicando uma forma de prestar respeitos ao mesmo, enquanto ele o acolhe em sua família perante aos seus membros e a sociedade marcial.
Embora sofra algumas variações de uma família para outra, o principio tradicional, bem como, os importantes tópicos que a envolvem, são mantidos a gerações. Em dado momento do cerimonial do pai shi o futuro discípulo fica ajoelhado a frente do Mestre, e fará nove reverencias e ditará os preceitos que envolve sua família e seu comprometimento para com seu Shifu.
As tradições na feitura do Pai Si podem ser diferentes nas famílias kung fu, todavia, seu significado é o mesmo e a importância para ambas as partes também.
As reverencias são iniciadas entre o céu, o homem e a terra, incensos são dedicados a esta trindade, como meio de ligação entre elas, frutas e carne são ofertadas, sendo que deve se ter na cerimônia um frango inteiro assado, significando a totalidade do relacionamento.
Frutas também são servidas, devendo estar presente as doces e azedas, pois mostra a relação Yin e Yang em que ambos passarão juntos, mostrando que um relacionamento sempre tem pontos positivos e negativos, porem, devem estar juntos até o fim. Muitos podem dizer alunos de determinados Mestres, poucos podem se dizer discípulos.
Esta cerimônia tem além de tudo um cunho espiritual e como tal, a união se da pelo espírito dos envolvidos e segundo a tradição chinesa se perpetua no eterno.
Nesta cerimônia sempre haverá uma testemunha juntamente com o Mestre e o discípulo e geralmente esta testemunha também é Mestre em Kung Fu.


Apos as reverencias, e dividir a ceia com seu Mestre, e entregar-lhe o envelope de Hung Bao, o Shi fu passa-lhe as mãos um envelope com o seu nome de família Kung fu, e algumas vezes o seu carimbo. Agora ele é um discípulo formal, inicia-se então as regalias e as atribuições que envolvem o discipulado, uma vez que, agora esse discípulo é responsável pelo desenvolvimento e perpetuação do estilo que a família que ele agora toma parte, domina.
Reza a tradição que Ip Man ao fazer a cerimônia com seus discípulos, era ele quem entregava o envelope (Hung Bao), e uma vez indagado sobre esta suposta inversão, ele justificou que tinha feito assim com seu Mestre, uma vez que representava que aquele pai estava a dar um “ dinheirinho” para seu novo filho fazer uso.
Desta forma, no sistema Applied Wing Chun mantem-se este mesmo ato, da forma com que Chan Wah Shun fez com Ip Man, Ip Man fez com Duncan Leung, que por sua vez fez com Li Hon Ki e este ultimo com Hudson Willian no ano de 2010.
Sendo discípulo você toma parte da família, e assim sendo, está sujeito as suas diretrizes e preceitos, devendo respeito e obediência ao líder dela, o seu Shi fu. Não existem ramificações entre discípulos, pois, só existe um Shi fu. Existem sim, possíveis rupturas entre ambos, e isso acontecendo, não há mais a existência do vinculo familiar, e deixa de manter o nome dado por ocasião do pai shi.
Quando se tem um Pai si, discípulo e Mestre andam lado a lado, se um cair o outro cai também, certo ou errado ambos estão juntos, a cumplicidade, fidelidade, honra e dedicação deve ser sem limites.
Na China antiga, a tradição elencava a seguinte relação de respeito: 1º os deuses, 2º seu País, 3º seu Shifu, depois seu pai e sua mãe.
Via de regra, o Mestre sentindo o profundo respeito e demais virtudes compatíveis com o discipulado, este convida o aluno a tornar-se discípulo, pois esta escolha deve ser bem certificada, uma vez que o discípulo entrara no mais profundo da estrutura familiar.
Resumidamente um discípulo deve estar disposto a sacrificar-se por seu Mestre e isso acaba sendo cada vez mais raro.
Todo discípulo passou pelo pai shi, pois, é esse cerimonial tradicional que o certifica, e com isso mantém viva a tradição familiar do Kung fu. Acima e antes de qualquer coisa, para existir vinculo é preciso haver proximidade, para existir proximidade é preciso haver sensibilidade e respeito, por isso poucos alunos recebem este diferencial a tornar-se discípulos.(Trechos do texto extraído da internet)

Sifu Moacyr Rother Neto, Wing Chun Family Rother

Ensinamentos a Portas Fechadas

Por: Marco Seschi

Caso acompanhe a algum tempo meus textos,  já deve ter percebido que algumas facetas culturais chinesas são extremamente multifacetadas. Isto se deve a uma não uniformidade com que as diversas famílias que mantiveram vivas as tradições das artes marciais até os dias atuais. O termo “Portas Fechadas” é outro que possui diversas camadas de significado de acordo com a linhagem a qual é imprimida. Enquanto para algumas é uma questão de importância máxima, em outras recai sobre a insignificância.
A interpretação mais comum de aluno a “Portas Fechadas” é a de um professor que ensina todo o sistema, com todos os chamados segredos, para um ou poucos discípulos escolhidos a dedo. São estes os que irão perpetuar sua linhagem para as próximas gerações, imprimindo a tradição marcial por anos a fio. Embora seja tentadora, a noção de que este seja um comportamento comum e generalizado entre as famílias é errônea. Talvez com o advento no final do século 19 ou começo do 20 de contos cavalheirescos, a famosa Wuxia, tomou-se esta ideia de que todos os professores mantinham determinados pontos em segredo dos “alunos comuns”, realizando a transmissão completa apenas para poucos merecedores.

Muitos professores efetivamente seguem este modelo, talvez por ser algo perpetuado por gerações ou pelo simples fato de que adotaram um costume que acreditavam ser o correto. O fato é que a tradição se manteve e poucos são os que possuem acesso ao sistema completo. Interessante notar que esta é a maneira mais fácil de causar a extinção de uma arte marcial, porém deixemos este assunto para outro momento.
Outro costume comum, principalmente no sul da China, é utiliza o termo “Portas Fechadas” para alunos que adentram a família marcial após o professor ter se aposentado do ensino público de artes marciais. O que significa basicamente que é aceito em uma família de maneira exclusiva. Talvez esta interpretação tenha se tornado comum após a criação da Jing Wu e das escolas comerciais como conhecemos hoje. Uma variação pode ter existido com professores que lecionavam em ambientes abertos ou eram contratados privativamente. Porém como as tradições estão sempre em constante mutação, impossível saber exatamente como era tratado nos dias antigos. Temos que confiar em relatos que na grande maioria das vezes, por ser puramente de tradição oral, possuem muitas distorções sobre seu conteúdo original.
As últimas maneiras na qual um aluno é conhecido desta forma é através do segredo perante a comunidade ou a própria família. Esta razão possui uma conotação social muito forte, pois basicamente se refere a esconder de alguma esfera da sua sociedade o ensino para determinado indivíduo ou grupo. As razões podem ser inúmeras, desde a não aprovação da família marcial, algum tipo de limitação local sobre as artes marciais ou até algo mais grave. Não vou entrar no mérito da gravidade com que ocorreu, mas a Revolução Cultural Chinesa (1958-1960) foi um dos grandes motivos por esta prática se perpetuar. Não é incomum ouvir relatos de professores obrigados a ensinar na escuridão da noite para que não fossem descobertos pelo governo. Porém seja qual for a razão, o fato é que esta é uma prática ainda em voga atualmente.

No final, não existe uma definição simples do que é ser um aluno a “Portas Fechadas”. A grande variação cultural chinesa acaba por fornecer diversos cenários em que essa expressão pode ser aplicada. Alguns em maior ou menor intensidade, porém todos reais e sendo praticados em nossos tempos. Quando souber de alguma versão diferente da que conhece ou a mais comum, aproveite para descobrir um pouco mais sobre a cultura, história e costumes chineses. Além de se maravilhar com as possibilidades que isso abre dentro de sua família marcial e prática individual.

Sifu Moacyr Rother Neto, Wing Chun Family Rother

A Montanha





A Montanha Wudang é considerada a primeira montanha abaixo do céu, é um dos locais mais honrados e sagrados, suas encostas são adornadas por palácios espetaculares, templos, pavilhões e pontes. Cada construção foi projetada para combinar com a paisagem. E fluir harmoniozamente com as energias da natureza. Diz-se que a arquitetura é a combinação das forças do imperador e de Deus. No topo da montanha encontra-se a morada do Deus Taoísta Zheng Wu, o qual nascido príncipe, treinou artes marciais e estudou o taoísmo no Monte Wudang, acredita-se que o mesmo alcançou sua imortalidade nestes morros. Sua jornada para se tornar à iluminação foi longa e difícil. As pessoas dizem que o segredo para o sucesso esteve em uma mudança misteriosa de vida que hoje é uma lenda famosa e que existem várias versões abaixo está uma delas:



Após 4 anos de treino no Monte Wudang ele se cansou e desistiu, na descida do monte Wudang ele conheceu a deusa Guan Yin que estava disfarçada de uma senhora idosa, ela estava afiando uma vara de ferro. O princípe Zheng Wu ficou curioso e foi até ela perguntar: “O que você está fazendo com esta vara de ferro?”, ela respondeu: “Estou fazendo uma agulha de costura.”. O príncipe ficou impressionado: “Como seria possível uma vara tão grande virar uma agulha?” e Guan Yin respondeu: “Se uma vara pode virar uma agulha, então qualquer coisa é possível”. Zheng Wu percebeu a sabedoria daquelas palavras, se ela continuasse a afiar aquela vara, esta podia realmente, um dia, virar uma agulha. Era tudo uma questão de tempo e perseverança. Inspirado o príncipe Zheng Wu voltou para a montanha e retomou o treino determinado a atingir o objetivo. Após anos veio a tornar-se um Deus chamado: “O guerreiro perfeito”. A lenda diz que como mortal, sua alma desapareceu na floresta como uma esfera de luz, para os taoístas, este é o final perfeito, unir-se a natureza para o espírito se eternizar na natureza ao redor. Na tranquilidade da Montanha Wudang dizem: “Ouve-se os segredos do príncipe, sussurando pelo vento.”



O Monte Wudang, foi declarada patrimônio histórico mundial em 1994 pela UNESCO, em função de seu grande número de palácios e templos. Ela é considerada a montanha com a maior quantidade de palácios antigos da ásia. Eles são os símbolos dos avanços arquitectónicos e artísticos das dinastias Yuan, Ming e Qing, assim como do apogeu da arte chinesa. Os templos e palácios estão espalhado por mais de 260km², e está localizada na úmida província de Hubei. Ao todo a montanha abriga 8 palácios, 72 templos em cavernas, 39 pontes, 36 conventos, 12 pavilhões e 2 templos.
O ponto principal é o Pico TianZhu (天柱峰) o qual está a 1612 metros do nível do mar e é considerada a pilastra que suporta o céu. Lá encontra-se um templo maravilhoso que está acima das nuvens, 

Fonte: Instituto Feng Huang
Sifu Moacyr Rother Neto, Wing Chun Family Rother